A tarde seguia tranquila como todas as outras quando me
ligam da escolinha do Davi...
Não sei pq, mas todas as vezes que ligam de lá, meu
coração fica apreensivo. Já recebi ligações para tirar dúvidas bobas, mas até
escutar, “mamãe, está tudo bem, só estou ligando pra saber se o pedido que fez
do agasalho é de elanca ou moletom”, já imaginei as piores situações envolvendo meu filhote. E
ontem não foi diferente, quando recebi o recado que haviam ligado da escolinha,
meu coração acelerou. Imediatamente liguei e quando ouvi “mamãe, está tudo bem,
MAS nosso pequeno caiu e machucou a cabeça, mas não se preocupe que está tudo
bem, só que precisaremos leva-lo ao
pronto socorro, pq provavelmente precisará levar pontinhos na cabeça, você quer
que o levemos para o hospital e nos encontremos lá?”. Comecei a tremer já imaginando meu filho todo ensanguentado e
desfalecido... Exagero, né? Poderia ser, mas quando se está longe, sem saber a
real dimensão do problema, a gente só consegue pensar o pior. Tentei manter o
controle e quis saber o que aconteceu. Ela explicou que ele estava andando de triciclo,
que subiu a rampa do escorregador, tombou e bateu a cabeça. Perguntei se dava para esperar que eu mesma o levasse
ao médico e ela disse que sim. Avisei o Jú e sai da empresa correndo para busca-lo.
Passei em casa, peguei carteirinha do convênio, mas algumas coisinhas pra ele e
fui para a escola. Chegando lá, encontrei meu filhote lindo, sentado no colo da
dona da escola, limpinho, calmo e mexendo no computador junto com ela. Que
alívio!!!! Meu filho estava bem! Com um corte na cabeça na parte de trás, mas o
pior já tinha passado, pelo menos até então, né? Saímos e fomos ao hospital.
Eu, ele e uma de suas prozinhas. A
médica examinou e disse que precisaria
mesmo levar um pontinho, que iria
encaminhar para um cirurgião fazer o procedimento. Nem preciso dizer que
foi horrível, não é? Fizeram um charutinho do meu filhote e eu, junto com a pro
emais duas enfermeiras o seguramos para o Dr. poder dar anestesia e costurar a
cabecinha do meu pequeno. Foi só um ponto, mas o suficiente para uma mãe quase
morrer de tanta dor, não mais do que ele, é claro, mas foi barra!
Depois de passado o susto, voltamos felizes e a mamãe aqui
aliviada e agradecida por não ter acontecido nada mais grave.
Hoje, depois de contar o ocorrido para um amigo que também é
pai, ele me perguntou se não briguei com as responsáveis, por não terem olhado
ele direito, que elas teriam que estar atentas para evitar este tipo de
acidente. Até concordei com ele, que elas são responsáveis sim, mas que não tem
uma professora ou assistente para cada criança, que nós mães e pais, com um ou
dois filhos, às vezes nos descuidamos e em questão de segundos acontece o
inesperado... Me lembrei até da primeira queda da cama do Davi, que o pai virou
as costas e num piscar de olho o menino caiu no chão... É
claro que devemos nos precaver e nos rodear de todo cuidado, mas sei que essas
coisas acontecem e jamais culparia alguém por isso. Ah não ser que fosse algo
recorrente, que não é o caso. Meu amigo não concordou e disse que a escola está
me prestando um serviço e que este serviço tem que ser 100%, afinal estão
lidando com vidas.
Agora me digam se numa situação dessas, vocês brigariam ou
responsabilizaria alguém pelo acidente? Será que sou muito compreensiva e boazinha
e não estou fazendo valer meu direito de consumidora e mãe pelos serviços que contratei?